A Academia Sergipana de Letras (ASL) é uma instituição cultural inaugurada em 1º de junho de 1929 e sediada em Aracaju, Sergipe. Tem como objetivo cultivar a língua e a literatura nacionais. Compõe-se a ASL de 40 membros efetivos e vitalícios, e 20 sócios correspondentes. No início do século XX, o poeta Antônio Garcia Rosa e outros intelectuais sergipanos manifestaram-se a favor da criação de uma academia literária, nos moldes da Academia Brasileira de Letras, estimulados, principalmente com a repercussão da Semana de Arte Moderna, que se realizou em São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal dessa cidade. Na época, o movimento cultural mais evidente em Sergipe era desenvolvido pela Hora Literária General Calazans, uma sociedade lítero-artística, composta por escritores de ambos os sexos e de todas as tendências literárias. A Hora Literária funcionava na residência do empresário José da Silva Ribeiro, inicialmente localizada na Rua do Barão, atual Rua João Pessoa e, transferida depois, para a Colina do Santo Antônio, tempo em que passou a denominar-se como Hora Literária do Santo Antônio, movimento cultural, aberto às diversas manifestações da inteligência.
Apesar da importância da Hora Literária, as aspirações dos poetas e escritores era fundar uma academia, nos moldes da Academia Brasileira de Letras. Antes de fundar-se a Academia Sergipana de Letras, várias tentativas haviam sido feitas no mesmo sentido, especialmente, pelo poeta Joaquim Prado Sampaio Leite e pelo jornalista Edison Ribeiro, cujas ideias eram defendidas nas páginas do Diário de Aracaju, jornal que dirigia, na época. As primeiras notícias relativas à fundação da ASL foram divulgadas em 13 de abril de 1929, quando foi deliberado pelo seu grupo instituidor, que, para a composição do quadro acadêmico, ficariam mantidos os acadêmicos que pertenciam à Hora Literária. A 1º de junho de 1929, numa sala da residência do empresário José da Silva Ribeiro, na Praça Siqueira de Menezes, na Colina de Santo Antônio, realizou-se a sessão inaugural, com a presença de dezesseis acadêmicos. O presidente José Augusto da Rocha Lima fez uma alocução preliminar explicando os fins da novel instituição, leu elegante e sugestiva oração, importante documento literário e histórico sobre a fundação da Academia. João Pires Wynne, 2º secretário, leu a memória histórica dos atos preparatórios, e o Acadêmico Alfeu Rosas Martins pronunciou o discurso inaugural. Nesta mesma sessão foi empossada a primeira Diretoria da ASL, composta dos acadêmicos: Presidente: Cônego José Augusto da Rocha Lima; Vice-presidente: Alfeu Rosas Martins; Secretário Geral: João dos Passos Cabral; 1º Secretário: Carlos Camélio Costa; 2º Secretário: João Pires Wynne; Tesoureiro: Manuel dos Santos Melo. Assim, a Hora Literária convertia-se na Academia Sergipana de Letras, dando grande brilho às letras sergipanas. Seu primitivo estatuto criou 16 cadeiras para os seus sócios acadêmicos, todas patrocinadas por sergipanos ilustres, já, falecidos, na seguinte ordem: Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Maria Perdigão, Severiano Cardoso, Frei Luiz de Santa Cecilia, Horácio Hora, Armindo Guaraná e Pedro de Calazans.
Juntaram-se à instituição cultural os poetas João Pires Wynne, João Passos Cabral, Cleômenes Campos, os intelectuais: José Magalhães Carneiro (escritor ficcionista); Rubens de Figueiredo Martins (escultor e poeta); Monsenhor Carlos Camélio Costa (orador sacro); Clodomir Souza e Silva (historiador) e o contista Manuelito Campos de Oliveira. A Academia recém-fundada tomou como modelo a Academia Brasileira de Letras instituindo quarenta lugares vitalícios, sendo que os dezesseis pioneiros foram preenchidos por intelectuais que pertenciam à Hora Literária. Posteriormente, foram integrados os vinte e quatro restantes, eleitos pelo núcleo inicial. O certo é que, em 1931, o quadro acadêmico constituiu-se com os intelectuais Antônio Garcia Rosa, Magalhães Carneiro, Cleômenes Campos, José Augusto da Rocha Lima, D. Antônio Cabral, Gilberto Amado, Ranulfo Prata, Manuelito Campos, Rubens Figueiredo, Artur Fortes, Costa Filho, Monsenhor Carlos Costa, Clodomir Silva, Santos Melo, Helvécio de Andrade, Hermes Fontes, Oliveira Teles, D. Mário Vilas Boas, Pires Wynne, Alfeu Rosas, Mauricio Cardoso, João Passos Cabral, Prado Sampaio, Júlio Albuquerque, Carvalho Neto, Florentino Menezes, Nobre de Lacerda Gervásio Prata, Abelardo Cardoso, Enoch Santiago, João Esteves da Silveira, Edson Ribeiro, Humberto Dantas, Olegário e Silva, Josué SiIva, Augusto Leite, Hunald Santaflor Cardoso, Pedro Machado, Marcos Ferreira de Jesus, Zózimo Lima, Epifânio Dória. A 28 de fevereiro de 1931 foi aprovado o Estatuto do Sodalício estabelecendo as regras para o seu funcionamento. Seguiram-se as primeiras sessões do Sodalício e, em setembro seguinte, teria lugar uma sessão especial, convocada para a eleição da nova Diretoria, relativa ao mandato de 1931 a 1933, que se constituiu da seguinte forma: Presidente: Antônio Manuel de Carvalho Neto; Vice-Presidente: Artur Gentil Fortes; Secretário-Geral: Florentino Teles de Menezes; 1º Secretário: Enoch Matusalém Santiago; 2º Secretário: Pedro Ribeiro Machado; Tesoureiro: Epifânio da Fonseca Dória e Menezes; Bibliotecário: Epifânio da Fonseca Dória e Menezes.